Bem vindo ao Apostolado Beata Imelda e Eucaristia!

A nossa intenção é a de divulgar a história da Bem-Aventurada Imelda Lambertini, dominicana, que faleceu aos 11 anos de idade logo após a sua Primeira Comunhão. O conteúdo do blog se restringirá apenas à meditações sobre a vida e exemplo da Beata Imelda Lambertini e também a postagens de textos e escritos dos mais diversos santos que tenham registrado documentos à respeito da Santa Missa e da Santíssima Eucaristia.

"Não sei como as pessoas não morrem de alegria ao receberem Nosso Senhor na Eucaristia!" (Beata Imelda Lambertini).

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Centelhas Eucarísticas - O Dileto


QUEM O chamou assim não foi um simples mortal, mas o próprio eterno Deus, quando Jesus se humilhava sobre as margens do Jordão e se transfigurava nos cimos do Tabor. E eu ouço ainda agora essa voz divina, que me diz: Este é o meu Filho dileto em quem pus todas as minhas complacências. Como, pois, deve ser belo Jesus! Que beleza na sua inteligência! Que beleza na sua vontade! Que beleza mesmo no seu corpo!... E eu vou procurando belezas terrenas... E deixo-me distrair e enganar... Mas se tenho aqui no Tabernáculo Aquele que eu procuro, Aquele que pode saciar a minha fome de beleza, Aquele que me pode contentar... Porque ando divagando pelas criaturas? Às vezes julgo ser ainda alguma coisa sobre a terra, mas agora vejo realmente que sou uma louca.
Como devem ser belos os sorrisos de Deus quando contempla a Jesus! Como deve estar em festa todo o paraíso quando vê a beleza de Jesus! E ao passo que Deus e o paraíso contemplam extáticos a Hóstia, eu quase me aborreço e espero o momento de me ir embora... É verdade que os meus olhos não vêem nada desta beleza; mas a minha fé não verá também nada? Ah! Esta minha pobre fé como deve estar adormentada!
Jesus agrada tanto a seu Pai, e a mim agrada-me tão pouco! Como explicar este absurdo? É preciso confessar que o meu paladar está completamente pervertido e que também eu amo mais as cebolas do Egito que o maná do deserto; e afinal se alguma doçura verdadeira há neste mundo é no maná eucarístico e não em outra parte...
Ora, esta falsidade e perversão de gosto não virão porventura de eu ter um conhecimento muito imperfeito acerca da Eucaristia?
Portanto, irei à escola do Tabernáculo, ouvirei as lições do Mestre e conservarei no coração as suas palavras de vida eterna... Mas, a propósito de coração: não seria melhor pedir ao próprio Jesus que desça ao meu coração e estabeleça nele a sua cátedra de verdade? E uma vez que o tenha no meu coração, não seria bom fazer Ele uma troca: que depois de se demorar um pouco no meu, vá eu habitar o seu coração? Não é talvez lá que se aprendem tantas coisas divinas? Não é lá que os gostos se apuram e se tornam santos?... De resto, uma vez que Jesus esteja no meu coração e eu esteja no d'Ele, não gozarei também eu um pouco das complacências divinas? Daquela bela palavra, Este é o meu Filho diletonão me tocará também um pouco a mim?
Ser eu a dileta do Eterno! E porque não? Uma vez que eu seja uma só coisa com Jesus, que o seu Sangue corra pelas minhas veias, que o seu Corpo se confunda com o meu, que a sua Alma esteja unida à minha, que a sua divindade penetre todo o meu ser, uma vez que Jesus esteja contente de estar comigo, porque não hei de ser eu também a dileta de Deus?
Amanhã de manhã farei a Comunhão o melhor que puder; e quando Jesus descer ao meu coração, voarei com o pensamento até o Céu, prostrar-me-ei diante do trono de Deus, lançar-lhe-ei um olhar sorridente de amor, e perguntar-lhe-ei: Ó grande Deus, estás contente comigo? Agrado-te agora? E com a maior atenção esperarei a resposta que Ele me há de dar.

Retirado do blog: http://almasdevotas.blogspot.com.br/

terça-feira, 15 de julho de 2014

Centelhas Eucarísticas - Ao Anoitecer


MUITAS vezes eu procuro alguma coisa que possa oferecer a Jesus e lhe dê consolação, mas apesar da minha boa vontade quase nada encontro; é por isso que, chegando à noitinha, me dirijo a Ele para obsequiá-lo com algum presentinho, mas vejo-me com as mãos cheias de... Pobreza.
Ofereço-lhe as orações feitas, mas se as examino um pouco, vejo que elas foram mais um amontoado de palavras distraídas que uma coroa de afetos ardentes. E se as comparo com aquelas que Ele faz sem cessar no Tabernáculo? Se as confronto mesmo com aquelas tantas inspirações que Ele me segreda ao coração durante o dia? Verdadeiramente é preciso ter coragem para se lhe oferecer de presente uma série de palavras sem correção... E, contudo, sei que Jesus não se descontenta mesmo com este pouco... É tão bom o meu Jesus!
Quando, porém, sofri alguma coisa por Ele, ao anoitecer vou encontrá-lo de melhor vontade, porque sei que o sofrimento lhe é mais caro do que toda a oração; e falo-lhe das penas do meu coração, das angústias da minha mente, das violências suportadas pelo amor próprio, dos incômodos que aqui e acolá sofreu o meu corpo, dos desprazeres que procurei com a extravagância do meu caráter e dos que me foram presenteados pelo capricho e temperamento dos outros, e digo-lho... Digo-lhe uma infinidade de coisas na ingênua persuasão de merecer-lhe um louvor e uma bênção. Mas Jesus bem depressa abate a minha presunção e a minha soberbazinha... Basta recordar-me a sua Paixão e Morte; e então, adeus complacência! Compreendo, então, que os meus sofrimentos, em confronto com os seus, não passam dum brinquedo de criança! Mas, se não tenho coisa melhor, não lhe hei de oferecer nada?
Como Jesus é bom! Ele toma os meus sofrimentos minúsculos, avizinha-os dos seus, e ei-los tornados grandes. Toma as minhas penas de espírito c lança-as no abismo das suas; toma os meus sofrimentos físicos e põe-nos em contato com os seus espinhos, com os seus cravos, com as suas feridas, com a sua cruz; orvalha-os com um pouco do seu sangue; e estes aproximamentos e contatos operam o prodígio de transformá-los em sofrimentos seus, e deles alcançam o mesmo mérito... Oh, como nos tornamos bem depressa ricos unindo-nos a Jesus!
O mal está em que, certas vezes, não me recordo de fazer a Jesus os meus presentinhos. Àquele pouco que fiz ou sofri, inutilizei-o todo com as complacências do amor próprio, quer nutrindo despeitos por certas críticas imerecidas, quer saboreando a doçura de certos elogios... E então, depois de ter inutilizado tudo, se venho a recordar-me de Jesus, parece-me vê-lo sério, muito sério em atitude de perguntar-me: então são estes os presentinhos que me fazes?
Sou sempre uma pobre criatura! Digo sempre que hei de corrigir-me e não me corrijo nunca! Durante dois ou três dias vou menos mal, mas depois volto ao princípio... Porém, consola-me um pensamento: e é que a boa vontade não me falta; serei um pouco fraca de cabeça, mas o coração,esse, graças a Deus não o tenho mau: e quando se tem boa vontade, apresentando-se a gente a Jesus, como faziam os leprosos, fazendo-se-lhe a exposição de toda a sorte de misérias e pedindo-se-lhe a cura, Ele, agora como então, deixa-se comover e faz a graça.
Se não fora este pensamento, quem ousaria ainda apresentar-se a Ele?

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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Centelhas Eucarísticas - Contradições

 

DIGO muitas vezes que quero amar a Jesus, e realmente quero amá-lo; sei que o amor conduz necessariamente à imitação, e que não pode amar-se a Jesus sem imitá-lo; mas, se se trata de eu sofrer um pouco por seu amor tornando-me deste modo semelhante a Ele, logo a coragem me falta e o desânimo se apodera de mim.
Digo que o amo, mas se o sofrimento me assalta vou logo ter com Ele e peço-lhe que me alivie. Afigura-se-me ver a Jesus mostrando-me o coração todo inflamado em chamas de caridade, e peço-lhe... Peço-lhe que tenha compaixão de mim.
Eis a contradição! Tenho uma ferida no coração, e em vez de sofrê-la resignadamente por seu amor, peço-lhe que ma cure... Não reparando que Ele tem uma mais profunda que a minha.
Tenho espinhos agudos que me envolvem a alma e me fazem sofrer um martírio; mas em vez de sofrer-lhes a punção por seu amor, peço-lhe que mos arranque para sempre... não pensando que os espinhos que cercam o seu coração são bem mais agudos e cruéis que os meus.
Tenho também eu que levar uma cruz, uma cruz que me parece tão pesada!... Mas em vez de levá-la com coragem pelo caminho do meu calvário, peço-lhe com insistência quotidiana que me alivie, que me livre desse peso... E peço isto a Ele que tem uma cruz plantada no meio do coração, cruz que não tem semelhança em toda a série das dores humanas.
Jesus é tão bom que, para tornar-me semelhante a Ele e proporcionar-me o seu amor, faz-me participante dos sofrimentos do seu coração... E eu, eu que pretendo amá-lo, ouso desejar e pedir-lhe que Ele mesmo destrua em mim o traço de maior semelhança que tenho com Ele... E pensar eu que toda a minha devoção ao Sagrado Coração consiste quase inteiramente neste desejar as suas delícias e ser isento das minhas penas!
Agora compreendo a razão por que Jesus me não ouve; é porque me quer maior bem que o que merecem as minhas orações; é porque, se eu não sofro um pouco, em quase mais nada me torno semelhante a Ele.
Portanto, terei bem fixa diante dos olhos a imagem do Sagrado Coração de Jesus... aquelas feridas... aqueles espinhos... aquela cruz... e, de futuro, serei mais cautelosa em pedir-lhe que me alivie das minhas dores.
Antes deveria pedir-lhe que me desse um pouco, não mais que um pouco, das suas penas... Mas devo confessá-lo para minha confusão, sinto que me falta a coragem. Contudo quantas almas fervorosas há que todos os dias pedem a Jesus as torne participantes da sua Paixão? Quanto mais penso nisto, mais me sinto humilhada. É possível que eu, com esta estima que tenho de mim, não tenha a coragem de pedir um, ao menos um, dos espinhos da sua coroa?
Que lugar me compete, pois, entre o número das almas devotas do Sagrado Coração? Poderei dizer que ocupo ao menos o último lugar?


Ó Jesus, tu bem o sabes: eu não ouso perguntar-te se sou uma alma afeiçoada ao teu Coração... tenho medo duma resposta desanimadora. Mas, vejas em mim o que vires, seja qual for o grau de imperfeição a que tenha descido, peço-te que tenhas de mim piedade. Eu encontro-me sem coragem, sem energia, porque me falta o verdadeiro amor... O sofrimento repugna-me, causa-me horror; não ouso já prometer-te coisa alguma,

quase não ouso sequer dirigir-te uma súplica... Porém estou aqui diante de Ti: Tu amas-me, queres santificar-me, queres salvar-me... Portanto não olhes à minha pusilanimidade e à fraqueza do meu coração: prossegue a obra do teu amor sobre mim, faze de mim o que quiseres, contanto que me faças santa... Contanto que eu vá para o Paraíso.

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terça-feira, 8 de julho de 2014

Centelhas Eucarísticas - O Crucifixo


PONHO nele muitas vezes os meus olhos; beijo-o, de manhã, apenas desperto; beijo-o à noite antes de adormecer, e durante o dia... quantas vezes... mas Jesus não está todo aqui. Aqui está a figura, um pouco mais longe a realidade; aqui Jesus sem palavra, além com as suas palavras de vida eterna; aqui vejo-O morto, acolá encontro-O vivo; aqui o Calvário, além o Cenáculo.

Olho para o meu crucifixo, mas parece-me que Jesus do Tabernáculo o olha mais do que eu; parece-me que me está convidando para eu fixar toda a minha atenção, para eu aprender a recordar sempre que o Jesus da Hóstia é o mesmo que um dia foi o Jesus da Cruz.
Mas, és realmente tu, ó meu sacramentado Senhor, que um dia morreste sobre esta cruz, e duma maneira tão bárbara? Estes cravos atravessaram realmente as tuas mãos? Estes espinhos estiveram realmente em volta da tua fronte? E o teu Coração, aquele coração tão doce, tão belo... Foi realmente alanceado desta maneira? E foi sobre estas carnes que realmente se desencadeou uma furiosa saraivada de flagelos? E, por único conforto, deram-te o fel, a mirra e uma tempestade de blasfêmias? És, pois, tu, mesmo tu, este Jesus que eu vejo aqui cinzelado... O Jesus morto sobre o Calvário? E quem foi esse bárbaro assassino?... Meu Deus! Que pergunta! Eu próprio fui o carnífice, e Jesus, o próprio Jesus foi a vítima... o delito foi perpetrado lá... a vítima está aqui, no Tabernáculo... E qual é a vingança?... A vingança? Ei-la aqui: a Santa Comunhão!
Depois de tantos maus tratos, Tu me vens ainda a visitar, a estar comigo, a dares-te a mim? Mas onde aprendeste um tal modo de punir os teus crucifixores? Eu coroei-te de espinhos, e tu dás-me o direito de cingir o diadema e de reinar contigo? Eu esbofeteei-te, e tu fazes-me certas carícias à minha alma, que me sabem a paraíso? Eu vesti-te de louco, e tu vestes-me com a tua graça? Eu flagelei horrivelmente as tuas carnes, e tu, depois de as tomares imortais e gloriosas, dás-mas em mantimento? Eu derramei todo o teu sangue, e tu ofereces-mo em bebida? Eu alanceei o teu Coração, a parte mais nobre da tua humanidade, e tu ofereces-mo como o teu dom mais precioso?... Mas se eu te tivesse amado como um serafim, poderias tu ser mais liberal para comigo?... Ó Santa Eucaristia, tu és realmente um mistério! E o que mais me confunde a razão, é que Jesus tenha amado tanto uma criatura tão má como eu sou.
Este Crucifixo, esta imagem fria e muda do meu Jesus, deve, sem dúvida, fazer ouvir uma linguagem misteriosa e potente... Os santos olhavam-no, choravam, eram arrebatados em êxtases... Ficavam horas inteiras, dias inteiros a contemplá-lo, liam nele coisas sempre novas... E não é senão uma figura. Eu estou diante da Hóstia e, momentos após, sinto-me cansada! Rezo um pouco, e já não posso dizer mais nada! Recebo-a, e uma hora depois já estou esquecida de tê-la recebido... E não é uma figura, mas a realidade, a grande realidade de Jesus! Que distância entre mim e os santos!
Mas, ou santa ou pecadora, hei de querer sempre bem ao meu Crucifixo, e a Hóstia hei de considerá-la sempre como coisa minha. Estudarei o Crucifixo para conhecer sempre melhor a Hóstia, e estudarei a Hóstia para conhecer sempre melhor o Crucifixo. O Crucifixo me recordará sobretudo que eu tenho sido a pior das almas, e a Hóstia me recordará que Jesus me tem amado como se eu tivesse sido sempre uma santa. O Crucifixo me fará arrepender dos pecados, a Hóstia me fará amar a Jesus.
Amar a Jesus, que bela coisa! Mas eu amarei a Jesus também crucificado; somente que, crucificado, o amarei com as lágrimas nos olhos, e na Hóstia o amarei com o sorriso nos lábios; crucificado o amarei gemendo, na Hóstia o amarei cantando... E continuarei a amá-lo sempre, enquanto tiver um fio de vida. E depois?...
Depois... O Crucifixo sobre o peito, a Hóstia no coração... Que me restará senão morrer e voar para o Céu?

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sábado, 5 de julho de 2014

Centelhas Eucarísticas: Horas lânguidas



TENHO-as, e não são poucas. São horas em que não sinto vontade para nada. A terra com todas as suas flores e o céu com todas as suas estrelas não têm já nenhuma poesia para mim. O próprio Tabernáculo, esse mesmo, perde o seu encanto e passo-lhe de perto com indiferença.
Parece um exagero, mas é a verdade. Parece que Jesus se me tornou indiferente, e sou capaz de estar ao pé d'Ele uma hora sem lhe dirigir uma palavra... Na igreja, uma criança que chore, um vizinho que reze um pouco alto, uma pessoa que entre ou saia despertam mais a minha atenção do que Jesus... Em casa começo a fazer mil coisas, e não levo a cabo uma só; abro um livro espiritual e não encontro nele nada de belo; começo a rezar o terço e interrompo-o no segundo mistério... Às vezes faço como as crianças: ponho-me a revistar todas as imagens que tenho... Tantas recordações da minha infância, tantas lembranças de pessoas amigas, de mortos queridos, ocupação esta que noutros tempos me comovia o coração, pelas memórias que despertava, e me servia de útil meditação... Agora parece-me uma criancice, e depois dum minuto ou dois, ponho de parte a minha coleção como um brinquedo inútil.
Enojada desta minha languidez, entro em mim mesma, recolho-me dentro do próprio coração, a ver se encontro por acaso algum afeto recôndito que possa ainda despertar, e me traga um pouco de vida. Vejo se ainda tenho alguma esperança, pois de esperanças vive o coração até morrer... E encontro mais que uma; mas de que serve? São esperanças doentias, já não têm vigor... Jesus do Tabernáculo vê, por exemplo, que tenho ainda a esperança de tornar-me santa, a esperança de fazer uma boa morte, a esperança de alcançar o paraíso; mas vê também que de nada me serve o tê-las, e que se ainda as tenho é porque Ele as lançou no meu coração... É verdade que, se alguém tentasse arrebatar-me-las, revoltar-me-ia como contra um homicida; mas, no entanto, nem ao menos tenho o recurso duma tentação que provoque em mim uma reação e me desperte da minha languidez.
Que horas dolorosas estas! Quantas vezes dirijo então o meu pensamento ao Tabernáculo, a Jesus Sacramentado, e quase me queixo a Ele de me deixar estar assim! Mas que pode fazer Jesus? Talvez para meu bem Ele permita que eu passe destas horas... Mas, no entanto, eu não vejo que bem possa haver em tudo isto; e é este o meu maior tormento!
E amanhã, como irão as coisas? Logo de manhã tenho de fazer a comunhão, ouvir a Missa, rezar as minhas orações, e depois a minha meditação... As minhas ocupações... Seria para mim um dia de penitência, se tivesse que passar horas como estas...
Penitência!... Esta palavra é uma verdadeira revelação! Foi talvez Jesus que ma inspirou. Penitência! Quanta não devo eu fazer! E fazer penitência não é porventura um modo excelente de amar a Jesus, de servir a Jesus, de imitar a Jesus? E não se fará talvez penitência passando horas lânguidas, aborrecidas, pesadas, cheias... De nada?
Oh! Vede como Jesus é bom! Enquanto eu me queixava d'Ele, pensava Ele em mim, e com uma simples palavra solucionava todas as minhas dificuldades. Penitência!... A falar a verdade, há muito tempo que não pensava em semelhante coisa... E agora? Avante, que assim o quer Jesus!
Portanto sossego o meu coração e me resigno desde este momento a suportar a minha languidez com paciência. Resigno-me a não ser boa para nada, a não gostar nada de coisas espirituais, a estar ao pé de Jesus, unida a Jesus, sem sentir a Jesus... Contanto que eu saiba que não desagrado a Jesus. E se aquelas horas pesadas como chumbo caírem de novo sobre a minha alma e o meu coração, eu volverei o olhar para o Tabernáculo sem falar... E Jesus me compreenderá.
E Jesus poderá suportar por muito tempo a vista de uma alma que lhe quer bem, mas que não sabe dizer-lho, que desejaria praticar muitas obras santas e não pode mover-se, que precisa de tantas graças e não pode orar, que é viva e parece morta? Com aquele coração que tem... Será possível que queira abandonar-me?
Poderei iludir-me, mas parece-me ver a Jesus que me sorri, mas com um sorriso que me diz: não temas, ó filha, que eu não te abandonarei jamais.

Retirado do blog: http://almasdevotas.blogspot.com.br/