domingo, 15 de junho de 2014

Profanadores do Santíssimo castigados (ano de 362)


Optato de Milevi


Cartago, África.

A Justiça de Deus nem sempre castiga o homem no mesmo momento em que comete um crime, mas muitas vezes a infinita Misericórdia parece sair ao seu encontro para desarmar e deter, ao menos por algum tempo, seu braço erguido, a fim de que o delinquente se arrependa de sua culpa, consiga o perdão e se salve.

Não obstante, para tirar do coração humano a temerária confiança na bondade de Deus e fazer com que sempre deteste o pecado, registram os documentos da história inúmeros casos de terríveis castigos justamente merecidos por crimes nefandos.

Santo Optato, Bispo de Mileva na Numídia, relata que em Cartago, quando começou o cisma dos donatistas, movidos estes pelo ódio que professavam à Igreja Católica, cometeram muitos desmandos, ferindo os sentimentos religiosos dos que se mantinham fiéis aos ensinamentos e às doutrinas da verdadeira Igreja de Cristo.

Chegou a tal extremo as perfídia dos hereges, que se uniram a uma chusma de gente disposta ao crime, e formando um grupo numeroso com horrível desenfreio se entregaram à pilhagem, saqueando quantas igrejas podiam, com grande sentimento da população.

Numa das igrejas, tiveram a ousadia de profanar e roubar os Vasos Sagrados, e não sabendo o que fazer com as Hóstias consagradas que neles continham, as lançaram com diabólico cinismo aos cães da rua paras que as comessem. Mas - justo castigo de Deus! - no mesmo instante os cães se tornaram raivosos e com espantoso furor se lançaram contra os iníquos profanadores e os despedaçam, vingando desta forma a injúria feita ao Santíssimo Sacramento.



(Santo Optato, Cisma dos Donatistas - Baronius, Annales Ecclesiastici, tomo 4, p.101)

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