Bem vindo ao Apostolado Beata Imelda e Eucaristia!

A nossa intenção é a de divulgar a história da Bem-Aventurada Imelda Lambertini, dominicana, que faleceu aos 11 anos de idade logo após a sua Primeira Comunhão. O conteúdo do blog se restringirá apenas à meditações sobre a vida e exemplo da Beata Imelda Lambertini e também a postagens de textos e escritos dos mais diversos santos que tenham registrado documentos à respeito da Santa Missa e da Santíssima Eucaristia.

"Não sei como as pessoas não morrem de alegria ao receberem Nosso Senhor na Eucaristia!" (Beata Imelda Lambertini).

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Jesus Se deixou Sacramentado quando quis ausentar-Se dos homens


Segunda Fineza de Jesus Sacramentado para com os homens
Jesus Se deixou Sacramentado quando quis ausentar-Se dos homens.


Admirável e engenhoso descubro nesta Fineza o ardentíssimo amor de Jesus. Sabia Sua Majestade serem já breves os últimos períodos de Sua vida entre os homens, pois era necessário subir ao trono de Seu Eterno Pai, para desarmar a Divina Justiça quando ela empunhasse a espada contra os pecadores. Porém, Seu amor fazendo ao Seu coração uma violência, ao apartar-Se de Suas criaturas, encontrou um modo maravilhoso de partir sem Se ausentar. Instituiu este inefável Sacramento, no Qual, convertendo a substância do pão na de seu próprio Corpo vivo e animado, deixou realmente no mundo, debaixo de uns poucos acidentes, o mesmo que em uma nuvem voou ao Empíreo*.

Antes quis mostrar-nos serem tão grandes Suas delícias em viver entre nós, que por uma só ausência que fez ao céu, fez-Se presente milhões de vezes aqui na terra. É verdade que uma nuvem O escondeu de nossos olhos no Monte Oliveiras, mas Seu amor designou que Se deixaria exposto nos Altares à nossa vista. Partiu-Se o Divino amante, sem Se ausentar, e, para assegurar-nos de Sua companhia, deu-nos o precioso dom de Si mesmo, deixando-nos empenhado Seu Corpo e Sangue.

Não obstante quisera eu me dissessem que coisa fez no mundo que assim enlaçou e uniu às criaturas o Coração de Jesus! Porque eu não sei mais que o que me diz o Evangelista: que o mundo não O conheceu, e que os Seus não O receberam. Não achou Ele na terra, da qual não soube ausentar-Se, mais que injúrias atrocíssimas e horríveis ingratidões, ferido com açoites, desprezado com opróbrios, um estábulo para nascer, e para morrer uma Cruz. Apenas encontrou um Pedro, que, tendo-O negado três vezes, só uma O confessou. Teve apenas uma Madalena, que, tendo-O ofendido muito, O soube amar.
Porém isso mesmo é o que rendeu o Coração de Jesus, para não poder apartar-Se do coração dos homens. Depois que Sansão deu a entender seu mais fino amor a Dalila, revelando-lhe o maior segredo em que constituía sua vida, diz o Sagrado Texto que ela logo fazia esforço para apartá-lo de si com aversão, porque era tanto o amor em que se abrasava Sansão para com Dalila, que nada o podia separar. Assim fez o mundo com Jesus. Ele o prende com fortes laços de amor, e o mundo o arroja de si com desumanos tratamentos. Mas então se abrasa mais estreitamente com ele o Divino Sansão, e, forjando daqueles acidentes uma cadeia, seu amor quedou-Se para sempre inseparável dos homens no Sacramento.

Aquele Anjo, que, só pelo espaço de uma noite, se estreitou em abraços com Jacó, procurava logo apartar-se dele. "Deixa-me ir-me embora, Jacó", lhe dizia, porque já nasce a aurora, e não convém a um Anjo deter-se mais de uma noite entre os braços de um homem. Mas, ó prodígio do amor divino! O que não é conveniente a um Anjo será conveniente a um Deus? Tanto há podido o amor de Jesus. Poucos instantes pareceram ao Rei dos Anjos os tantos anos que Ele vivera entre os braços e companhia dos homens; e se esses O arrojam de si e O despedem, se nem O conhecem nem O recebem, Ele, para não os deixar, sujeita-se a encerrar-se dentro de um Sacrário, em um rincão de uma Igreja. Mais ainda, como em prisão, sob uma chave.

Ah! Mortais! Se isso não vos faz abrasar em amor para com vosso Deus Sacramentado, asseguro-vos de que tendes entranhas de pederneira e corações de bronze. O Deus de Majestade é vosso prisioneiro, uma chave O guarda no Sacrário. Que maravilhas tão novas são estas que veem nossos olhos? No presépio o amor se faz homem, sendo Deus. No Altar O aprisiona, sendo Monarca. Ó, amor tirano, amor cruel! Exclama aqui Santo Agostinho, por que abates a Majestade? Por que condenas a Inocência?

Assim é, Almas Católicas, o amor condenou Jesus Sacramentado à prisão perpétua. Vede-O aí como preso debaixo dos acidentes de um pouco de pão, dentro de um pobre Sacrário, e entregue a uma vil criatura que, a seu arbítrio e vontade, já o abre, já o cerra. Aqui seguro O mantemos, e dentro daquela custódia nos está sempre dizendo aquelas doces palavras: Ecce vobiscum sum usque ad consummationem sæculi. “Aqui estou convosco até o fim do mundo”. É verdade que vivo e reino no céu, onde tenho Meu trono sobre as asas dos mais altos Serafins. Mas Eu sou realmente o mesmo Que aqui tendes na terra, porque embora deveras tenha-Me ausentado, nunca pude separar-Me de vós, e me entreguei em vossas mãos, oculto neste Sacramento. Já não ouvirão aqui as Almas que Me buscarem o que disseram os Anjos àquela amante, quando ansiosa me buscava no Sepulcro: Non est hic. Já Se foi teu Amado, porque os que guardavam Seu Corpo não souberam velar. Mas como nestes altares está sempre de sentinela Meu amor, não posso nem quero, não tenho coração para ausentar-Me.

Essa é, sem dúvida, a causa por que a Seráfica Virgem, Santa Teresa, se maravilhava quando ouvia dizer: Ó ditoso de mim se me achasse naqueles tempos em que Jesus conversava e vivia no mundo! Essa é uma necedade, dizia minha grande Madre, pois neste Sacramento, cifra do Divino amor, temos o mesmo Jesus, Que como Criança derramava tenras lágrimas num presépio; o mesmo Que quando homem suava, e pregava pelas praças, e caminhava a pé enxuto pelos mares; o mesmo Que, derramando sangue, pendia duma Cruz no Calvário; e, finalmente, o mesmo Que ressuscitou glorioso de um Sepulcro. Para que, pois, suspirar ou desejar outros tempos para ver e gozar da presença de Jesus?

Antes são agora mais felizes nossos tempos, porque então bem podíamos ver e ouvir em carne mortal o Redentor, mas não metê-l'O em nossos corações e em nossas entranhas. Então a uma só Madalena, que ardia em amor por Ele, consentiu que Lhe lavasse os pés com suas lágrimas, beijasse-os e enxugasse com seus cabelos, e dali a pouco tempo lhe ordenou não O tocasse. Então a um só Discípulo, e esse o mais valido, permitiu reclinar-se sobre Seu peito. Mas, neste amoroso Sacramento, não só consente que Lhe beijemos os pés, mas também a boca. Não só permite que folguemos sobre Seu peito, mas oferece a todos que descansemos dentro do mesmo peito, ou que Ele descanse dentro do peito de todos; porque como diz discretamente São Jerônimo, neste dulcíssimo Sacramento, nós comemos a Jesus, e Jesus nos come a nós: Jesus entra em nossos corações, e nós entramos no coração de Jesus.

Vede, pois, se tendes alguma razão de desejar aqueles tempos em que Este Verbo humanado vivia e conversava no mundo. Não me digais que sobre aqueles Altares não vedes outra coisa que uns poucos acidentes de pão, e que se esconde à vossa vista a formosura de Jesus. Porque eu vos peço e suplico que aviveis aquela Fé que recebestes nos peitos da Igreja Católica vossa Madre, que com o primeiro leite de seus infalíveis documentos vos instilou, que neste admirável Sacramento está o Corpo e Alma de Jesus com todas Suas perfeições e excelências.

Levantai, pois, com a consideração o sutilíssimo véu daqueles acidentes que cobrem o Corpo de Jesus, e vereis aquele mesmo rosto que na Glória desejam ver os Serafins. Vereis aqueles mesmos olhos, dos quais uma só vista bastava para serenar os mais afligidos corações. Vereis aquela mesma boca, que tem palavras de vida eterna e é a Fonte de todas as delícias do Paraíso. Ali estão aquelas mesmas mãos, artífices de tantas maravilhas, e aqueles mesmos pés, que na terra deram tantos passos por vosso amor. Finalmente, neste adorável Sacramento está todo o Divino Verbo humanado, Que saiu do delicioso peito de Seu Eterno Pai para redimir e glorificar todos os mortais.
Não julgueis que as partes do belíssimo Corpo de Jesus estão confusas e sem proporção no breve círculo d'Aquela Hóstia, porque, vos asseguro, acham-se ali todas com a mais admirável simetria que soube inventar Seu amor. Nem a cabeça está no lugar dos pés, nem esses no lugar das mãos, senão disposto tudo de tal maneira que estão submersos à sua vista os Serafins, num pélago de maravilhas. Ali pôs sua infinita sabedoria por um modo indivisível. Ali, retendo em ordem a Si mesmo toda a própria extensão, sem dependência de lugares, está todo em toda a Hóstia, e todo em qualquer parte d'Ela, e se acha Seu Sacratíssimo Corpo inteiro e admiravelmente quantitativo. Tanto pode com Ele Seu amor, que deste incompreensível e maravilhoso modo se deixou no Sacramento, antes que Se ausentasse para o Céu.


* Mais alto dos ceus, lugar da presença física de Deus, e onde residem os anjos e santos acolhidos no Paraíso. (N. do T.)

(Finezas de Jesus Sacramentado para con los hombres, e ingratitudes de los hombres para con Jesus Sacramentado. Escrito en Toscano, y Portugués por el P. F. Juan Joseph de S. Teresa Carmelita Descalzo. y traducido en castellano por D. Iñigo Rosende presbitero. Con licencia. Barcelona: En la Imprenta de los Herederos de Maria Angela Marti, Plaza de S. Jayme, año 1775.)

Créditos ao excelente blog: http://gstomasdeaquino.blogspot.com.br/

domingo, 27 de janeiro de 2013

Jesus deixou-Se Sacramentado no tempo em que os homens mais O ofendiam


Primeira Fineza de Jesus Sacramentado para com os homens.

Jesus deixou-Se Sacramentado no tempo em que os homens mais O ofendiam
 


Quando considero as ações de Jesus, amantíssimo Redentor Nosso não posso de modo algum, determinar qual, dentre todas, seja a mais fina e amorosa para com os homens, porque todas igualmente dão a conhecer um amor imenso e infinito. Porém, como o Discípulo mais amado e Secretário do mesmo amor deixou-nos escrito que tendo Jesus amado os Seus, ao fim de sua vida os amou mais: In finem dilexit, hoc est, majora in posterius reservat, como comenta o Doutor Angélico, assim parece que podemos dizer que naquela misteriosa Ceia, em que nos deu Sacramentada Sua carne, excedeu-Se a Si mesmo Seu amor, foi um amor sem semelhante, um amor sem fim: In finem dilexit. É certo que o coração de Cristo foi sempre ferido do amor de suas criaturas. Esse amor O obrigou a baixar do Seio delicioso de Seu Eterno Pai para desposar-Se com a humana natureza; obrigou-O a nascer em um Presépio entre brutos desprezíveis, sendo Que tinha Seu Trono sobre o mais elevado dos Serafins. Finalmente, esse amor O aniquilou, sendo Onipotente; fê-l'O mortal, sendo Eterno, e O fez mendigo trinta e três anos no mundo, cheio de injúrias e de trabalhos. Mas quando, ao despedir-Se dos homens esse Senhor, deixa-lhes por comida Seu Corpo e por bebida Seu Sangue, quem não vê que foi essa a fineza mais excelente de Seu amor, na qual sobressaem os mais subidos quilates de Sua caridade?

Deste amor, pois, ó Almas Católicas, tomo eu aqui o assunto para discorrer, e com palavras toscas mostrar-vos as excessivas finezas que Jesus obrou em deixar-vos o inefável Sacramento do Altar, para que, à vista delas, sobressaiam mais as ingratidões com que o mundo corresponde a Seu Rei Sacramentado.

A primeira fineza que reparo é o tempo em que Jesus nos deixou Sacramentada Sua Carne. Tinha vivido trinta e três anos entre os homens, e só quando a malícia desses mesmos homens havia chegado ao maior excesso que se poderia imaginar de uma criatura, a saber, maquinar a morte ao Seu Criador, então fez alarde Seu amor de dar-lhes a comer, em acidentes de pão, Aquele mesmo Corpo Que eles determinavam fixar numa Cruz. Entendeu Esse finíssimo Amante que o maior benefício só se devia fazer no tempo da mais abominável ofensa. Quando os homens conspiravam contra Sua vida, quando o próprio Discípulo tratava de vendê-l'O a Seus inimigos, então é que Ele lhes dá a comer de Sua Carne e a beber de Seu Sangue. Os grandes incêndios crescem mais com as contínuas chuvas. Era o Coração de Jesus um forno ardente de amor; porém com o aguaceiro de tantos agravos aumentou de modo que O sacrificou sobre um Altar em vivas chamas de caridade. Obrou Jesus com os homens o que faz o sol com a terra, pois os mesmos vapores com que essa obscurece sua luz, converte-os o sol em benéficas águas, que regam e fertilizam seus campos. Anelava o Amante Redentor instituir este Sacramento para desafogo do amor em que ardia, lá quando naquele princípio sem princípio da eternidade Se recreava no peito de Seu Eterno Pai. Veio ao mundo, viveu e conversou conosco muitos anos, sem querer satisfazer a Seu amor com a maior fineza, até que o viu mais ultrajado e mais mal correspondido.

Ah mortais! Assim age conosco um Deus amante. De nossas mesmas ingratidões faz escada Seu amor, pela qual sobe ao mais alto cume da maior bênção. Esperou o amoroso Jesus que a malícia humana chegasse ao maior excesso para executar o favor mais vantajoso. Já os homens O haviam buscado para tirar-Lhe a vida, já O haviam desterrado e obrigado a viver em terras alheias, já O haviam querido apedrejar desumanamente. Mas todos esses agravos não bastam, hão de aumentar mais as ofensas, e, quando as injúrias chegaram ao último, então saiu a campo o Amor, e deu de si a maior prova, que jamais pudesse ou soubesse inventar.

Ó quão diferentes daqueles, provados nos passados séculos, então foram, os efeitos que causou o amor no Coração de Jesus! Naquele tempo, quando os pecados dos homens inundavam toda a terra, provocaram a Justiça Divina a submergir em um dilúvio todo o universo. Porém agora que as culpas dos mesmos homens excedem muito às passadas, não só não os destrói com um dilúvio, senão que (ó maravilha!) os presenteia com as delícias do Seu Sangue. Então, quando o ingrato Judas O vende por um vil preço, toma nas mãos o pão, e, convertendo-o em Sua própria Carne, lhe diz: Come, Judas, que Isto é o Meu Corpo. Ah! que diferentes ósculos são esses daqueles que daqui a pouco tempo Me hás de dar no Horto! Então tu serás o primeiro a por teus sacrílegos lábios em minha boca, mas para entregar-Me a Meus inimigos. Agora sou Eu o primeiro a por Minha boca em teus lábios, mas para comprar-te. Aqui tens Meu rosto pegado ao teu, e Minha boca tocando a tua. Porém quero mais de ti, Discípulo ingrato; come Esta Carne e bebe Este Sangue com Que agora te brinda Meu amor, antes que O derrame teu ódio. Este é o mesmo Sangue Que tu estás tratando de entregar e vender. Leva-O a meus inimigos, porque Eu desde aqui abri minhas veias sobre este Cálice, antes que os açoites na Coluna e os cravos na Cruz não deixem uma só gota em Meu Corpo. Mas, ó Alma Católica! Que conceito forma teu entendimento desse amor imenso de Jesus? Naquela mesma noite em que O venderam, deixou-Se Sacramentado. Quando as criaturas envenenaram o pão para dar-Lhe a morte, então amassa o outro pão com Sangue para dar-lhes inteira vida. E essa é a primeira das Finezas de nosso Rei Sacramentado.


(Finezas de Jesus Sacramentado para con los hombres, e ingratitudes de los hombres para con Jesus Sacramentado. Escrito en Toscano, y Portugués por el P. F. Juan Joseph de S. Teresa Carmelita Descalzo. y traducido en castellano por D. Iñigo Rosende presbitero. Con licencia. Barcelona: En la Imprenta de los Herederos de Maria Angela Marti, Plaza de S. Jayme, año 1775.)

Créditos ao excelente blog: http://gstomasdeaquino.blogspot.com.br/

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Como assistir com fruto a Santa Missa (Parte I)


A Missa é o Sacrifício do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é oferecido a Deus nos altares sob as espécies do pão e do vinho consagrados.Trate de compreender bem, caro amigo, que assistindo à Santa Missa é como se você visse o Divino Salvador, quando saiu de Jerusalém para levar a Cruz ao Calvário, onde, no meio dos mais bárbaros tormentos, foi crucificado, derramando até a última gota de seu sangue.

Esse mesmo sacrifício é renovado pelo Sacerdote quando celebra a Santa Missa, com a única diferença que o sacrifício do Calvário foi doloroso para Jesus e foi com derramamento de sangue, ao passo que o sacrifício da Missa é incruento.Como não se pode imaginar coisa mais santa e mais preciosa do que o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Jesus Cristo, assim, ao assistir à Missa, você deve estar convencido de que faz a ação mais santa e gloriosa aos olhos de Deus e benéfica para sua alma.

Jesus Cristo vem em pessoa aplicar a cada um de nós em particular os merecimentos daquele Sangue adorável, que derramou por nós no Calvário. Isso deve nos inspirar suma estima para com a Santa Missa e ao mesmo tempo um vivíssimo desejo de assistir bem a ela. O triste fato de vermos tantas pessoas voluntariamente distraídas, sem modéstia, sem atenção, sem respeito, de pé, olhando para cá e para lá, faz-nos pensar que não assistem ao divino sacrifício como Nossa Senhora e São João, e sim, como os Judeus, crucificando outra vez Nosso Senhor, com grande escândalo para os companheiros e desonra para nossa fé!

Assista, pois, meu caro amigo, à Santa Missa com espírito de verdadeiro cristão, meditando a começar pelo dolorosa Paixão que Jesus Cristo sofreu pela nossa salvação. Durante a Missa você deve estar com modéstia e recolhimento que nada possa perturbar. A mente, o coração, todos os pensamentos estejam unicamente ocupados em honrar Deus. Recomendo, faça grande empenho em assistir à Santa Missa todos os dias.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Maria, Nossa Mãe, no Cenáculo (Parte II - Final)



II. A grande missão de Maria consiste em formar Jesus em nós; foi a missão que Ele próprio lhe confiou no Calvário.

Quando, aos pés da cruz, teria preferido morrer com seu Filho, no momento em que a chama de amor do seu coração virginal envolvia o Corpo de Jesus, Ele parece dizer-lhe, confiando-lhe São João: "Por meu sacrifício, me torno Salvador e Pai da grande família humana, mas esses pobres filhos, ainda tão inexperientes, necessitam de uma devotada Mãe; desempenhai para com eles esta missão, ó mulher forte, amai-os como me haveis amado e como Eu os amo. Por eles me fiz homem e ainda por causa deles meu Pai Celestial vos fez minha Mãe, e é por eles que dou meu sangue e minha vida. Amo-os mais do que a Mim mesmo, e lhes transmito todo o direito que tenho ao vosso amor materno; tudo quanto lhes fizerdes, a Mim o fareis; deponho em vossas mãos o fruto de minha Redenção, a salvação dos homens, o cuidado de minha Igreja e o serviço de meu Sacramento de amor. Formai-me adoradores em espírito e em verdade, que me adorem como vós, que me sirvam como me servistes, que me amem como me tendes amado!"

Foi este o último legado de Jesus, assinado com seu sangue e ratificado pelo Coração de Maria, sua divina Mãe. Com Jesus Ela havia subido ao Calvário para morrer com Ele; desce agora com o discípulo, seu filho de adoção, e com as santas mulheres, suas filhas, e se dirige ao Cenáculo da Eucaristia para nele iniciar sua maternidade cristã, aos pés do Divino Sacramento. E será Ela quem há de organizar a corte de honra de Jesus Eucaristia, formando-lhe bons e dedicados servos.

Oh! não duvideis! Se entrastes no Cenáculo, se tendes a felicidade de conhecer, de amar e de servir o Santíssimo Sacramento, deveis esta graça a Maria. Foi Ela que vos pediu ao Pai Celestial para a guarda de amor do Deus da Eucaristia; foi Ela que vos conservou puros no meio do mundo e que vos conduziu pela mão aos pés do trono eucarístico.

Agradecei muito a esta boa Mãe; a Ela deveis todas as vossas graças, e entre todas, a maior, que é esta de amar e servir o Rei dos reis em seu trono de amor, consagrando-Lhe toda a vossa vida!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Maria, Nossa Mãe, no Cenáculo (Parte I)



Nossa bela partilha consiste em honrar por um culto todo particular a vida de Maria no Cenáculo, inteiramente dedicada ao serviço e à gloria da adorável Eucaristia. É preciso que nos penetremos de seu espírito e de seu amor, a fim de que possamos tributar ao nosso Divino Salvador, presente entre nós, um preito de adoração mais perfeito e agradável, em união com aquele que Lhe prestava sua Mãe Santíssima. Com efeito, para nos tornarmos bons servos da Eucaristia, devemos ser filhos dóceis e dedicados desta Mãe querida. Não foi um título quimérico que Jesus Crucificado nos conferiu sobre o Coração de Maria Santíssima; e, por este testemunho de amor, ocupamos o lugar de Jesus no Coração de sua Mãe, que desde aquele instante começou a nos amar como verdadeiros filhos.

Penetrai-vos, pois, do espírito de Maria, que é o mesmo de Jesus, visto que Ela o hauriu em sua fonte divina, e está inundada desta graça para no-la comunicar. É a única e fiel cópia das virtudes de seu Filho, pois que trabalhou durante 33 anos tendo diante dos olhos o original divino. Além disso, Maria possui o conhecimento de todos os segredos do amor de Jesus para com os homens, amor do qual compartilha. Oh! quão ternamente esta boa Mãe nos ama, e com que dedicação! Sim, Maria nos ama como somente poderia fazê-lo Mãe tão solícita e poderosa!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O silêncio no Sacrário


(Capela da Paróquia S. Sebastião - Campo Grande - MS)


"É bom para o homem suportar o jugo desde a sua juventude. Que esteja solitário e silencioso, quando o Senhor o impuser sobre ele..." (Lm 3,27-28)
Já dizia Maria Faustina Helena Kowalska (25/08/1905 - 5/10/1938):"Entrei na cela, as irmãs já se tinha deitado. Entrei na minha cela... lancei-me ao chão e comecei a rezar ardentemente. Havia silêncio como num Sacrário. Todas as irmãs repousavam, tal como hóstias brancas, encerradas no cálice de Jesus, e apenas da minha cela Deus podia ouvir um gemido da alma!..." (Maria Faustina Helena Kowalska - Diário)

Madre Faustina diz que na sua cela pairava um tremendo silêncio, e ela compara ao silêncio do Sacrário, e na sua cela, ela reza ardentemente, de forma que Deus podia ouvir o gemido da sua alma. Ainda mais deve-se rezar no silêncio quando estivermos no sacrário, pois Deus está ali!

Ora, não foi Deus que disse a Moisés para subir até o topo do Monte Sinai, e no silêncio do Monte, Ele ditou as Suas valiosíssimas ordens? Confiram:"O Senhor desceu sobre o cume do monte Sinai; e chamou Moisés ao cume do monte. Moisés subiu..." (Ex 19,20)

E em outra parte do Livro do Êxodo diz:"Moisés levantou-se com Josué, seu auxiliar, e subiu o monte de Deus" (Ex 24,13). "Moisés subiu ao monte. A nuvem cobriu o monte e a glória do Senhor repousou sobre o Monte Sinai, que ficou envolvido na nuvem durante seis dias. No sétimo dia, o Senhor chamou Moisés do seio da nuvem. Aos olhos dos israelitas a glória do Senhor tinha o aspecto de um fogo consumidor sobre o cume do monte. Moisés penetrou na nuvem e subiu a montanha. Ficou ali quarenta dias e quarenta noites "(Ex 24,15-18).


Fonte: http://catolicostradicionais.blogspot.com.br

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O amor de Santo Estanislau de Kostka o faz ver Santa Bárbara e a Santíssima Virgem



É conhecido o terno amor que Santo Estanislau de Kostka consagrava à Santíssima Virgem. Quando lhe perguntavam o motivo dessa afeição, respondia, com o olhar ardente e a voz comovida: "É minha Mãe!" Ora, aconteceu que, antes de entrar na Companhia de Jesus, esteve ele gravemente doente, e como se achava hospedado em casa de hereges, não podia receber o Santíssimo Sacramento. Mais do que a doença que lhe consumia o corpo, era esta privação um tormento para a sua alma, cheia de amor para com a Eucaristia. Recorreu então a Santa Bárbara, padroeira dos agonizantes, e sua prece foi atendida sem demora: a santa apareceu cercada de anjos, que administraram a Estanislau a Sagrada Comunhão. E Maria, que velava por esse filho privilegiado, quis lhe manifestar, de um modo sensível, Aquele que recebera sob os véus do Sacramento. 

Trouxe nos seus braços o Menino Jesus, colocando-O sobre o leito do doente. É impossível descrever o ardor, o respeito, a ternura e a consolação que o santo jovem experimentou, vendo o seu leito ornado com essa flor tão preciosa. Desde esse momento a doença começou a declinar, e dentro de pouco tempo estava ele completamente restabelecido, graças ao contato com o Autor da vida.


PRÁTICA — Tributar a Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento o respeito, os obséquios e o amor de um verdadeiro filho.
JACULATÓRIA — Sois vós, ó Maria amabilíssima, que alimentais os vossos filhos com o Pão imortal!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Maria — Mãe dos Adoradores da Eucaristia (Parte III - Final)



III. A vós, adoradores, também se recomenda: Adorai sempre Jesus Eucaristia, mas a exemplo da Santíssima Virgem, variai as vossas adorações. Relacionai todos os mistérios com a Eucaristia, fazendo-o reviver nela. Sem isto, caireis na rotina. Se o espírito, de vosso amor não for alimentado de uma forma, de um pensamento novo. haveis de vos sentir lânguidos e áridos na oração. Ê necessário, pois, celebrar todos os mistérios na Eucaristia, como fazia a Santíssima Virgem no Cenáculo.

Nos aniversários dos grandes mistérios que se haviam realizado sob os seus olhos, pensais por acaso que Ela não renovava em si as circunstâncias, as palavras e as graças desses mistérios? Na festa do Natal, por exemplo, julgais que Maria não recordava a seu Filho, então oculto sob os véus eucarísticos, o amor de seu nascimento, seu sorriso, suas adorações, bem como as de São José, dos pastores e dos Magos? Procurava, neste como nos demais mistérios, regozijar o Coração de Jesus, relembrando-Lhe o seu amor.

Que fazemos nós com um amigo? Acaso lhe falamos sempre do presente? Não, de certo; evocamos o passado, fazendo-o reviver. E quando queremos cumprimentar o nosso pai ou a nossa mãe, não lhes recordamos o imenso amor, a dedicação constante e generosa que nos prodigalizaram em nossa infância? Pois bem; da mesma forma, em suas adorações no Cenáculo, a Santíssima Virgem repetia a Jesus tudo o que Ele havia feito para a glória de seu Pai; lembrava-Lhe seus grandes sacrifícios, e assim penetrava na graça da Eucaristia. O Santíssimo Sacramento é o memorial de todos os mistérios e renova-lhes o amor e a graça. Deveis à imitação de Maria, corresponder a esta graça, reavivando as ações de Nosso Senhor, adorando lodos os seus estados, e unindo-vos a eles.

A Santíssima Virgem tinha uma atração tão forte pela Eucaristia, que não lhe era possível separar-se do Santíssimo Sacramento; vivendo, portanto, n'Ele e por Ele. Passava os dias e as noites aos pés de seu divino Filho; porém, sem deixar de se entreter com os Apóstolos e os fiéis que A procuravam; seu ardente amor para com o Deus oculto transluzia então em seu semblante, e comunicava seus ardores a todos que A cercavam.

Ó Maria, ensinai-nos a vida de adoração! Fazei-nos encontrar, como vós, todos os mistérios e todas as graças na Eucaristia; reviver o Evangelho, e ler as suas páginas na vida eucarística de Jesus. Lembrai-vos, ó Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, que sois a Mãe dos adoradores da Eucaristia.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Modelos de padres que unem o culto da Eucaristia à devoção para com a Santíssima Virgem



Entre os santos personagens que ilustraram o século XVII, muitos nos mostram como podemos unir o culto da Eucaristia à devoção para com a Santíssima Virgem, fazendo-os se auxiliarem mutuamente.

O venerável Cardeal de Bérulle, que mereceu do Papa Urbano VIII o título de Apóstolo do Verbo Encarnado, e cuja predileção por Maria era mais angélica do que humana, e o Padre de Condren, que recebeu, conforme atestam os mais ilustres doutores de seu tempo, luzes sublimes sobre os mistérios, tinham o costume de oferecer a Santa Missa, aos sábados, em
honra da Santíssima Virgem. Mons. Olier, o santo fundador de São Sulpício e o reformador do clero na mesma época, imitou-lhes esta piedosa prática; fazia celebrar diariamente três missas, cujos frutos colocava entre as mãos da Santa Virgem, afim de que, oferecendo-os a seu Filho, obtivesse para a Igreja tesouros infinitos de graças.

Houve também um piedoso missionário jesuíta, em Québec, que propôs a São João Eudes, fundador da Congregação que tem o seu nome, um projeto de associação de padres, que se chamariam os Capelães de Nossa Senhora, e que se deveriam unir para oferecer o Santo Sacrifício segundo as intenções desta augusta Rainha do Céu, afim, dizia ele, de que o Filho de Deus se apresentasse ao seu Pai, no estado de Hóstia, pelas mãos puríssimas d'Aquela de quem se servira para descer até nós em se fazendo homem.

(Vida de m. Olier, t. II, passim,).

PRÁTICA — Oferecer nossas adorações a Jesus Sacramento pelas mãos de Maria.

JACULATÓRIA — Bendita sois entre as mulheres, ó Maria, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus Eucaristia!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Maria — Mãe dos Adoradores da Eucaristia (Parte II)



II. Se bem a considerarmos, a vida de Maria se resume nesta palavra: adoração, porque a adoração é o serviço de Deus em toda a sua perfeição, abrangendo os deveres da criatura para com o seu Criador.

Nossa Senhora foi a primeira adoradora do Verbo Encarnado, pois Ele já estava em seu seio e ninguém sabia na terra. Oh! como Nosso Senhor foi bem servido no seio de Maria! Jamais encontrou Ele um cibório ou vaso de ouro mais precioso e mais puro do que o seio de sua Mãe. Esta sua adoração lhe era mais agradável do que a de todos os anjos. “O Senhor colocou o seu Tabernáculo no sol”, diz o Salmista, e este é o coração de Maria.

Em Belém, é a primeira a adorar seu divino Filho, reclinado no presépio. Adora-O com o perfeito amor de Virgem Mãe, um amor de dileção, segundo a palavra do Espírito Santo; depois d'Ela, adoram-nO São José, os pastores e os Magos; foi Maria quem abriu este sulco de fogo que se estenderá pelo mundo.

Que coisas sublimes, que palavras divinas não diria Ela, vivendo num estado de amor que não podemos avaliar nem medir!

Maria continua a adorar Nosso Senhor em sua vida oculta de Nazaré; depois, em sua vida pública, e enfim no Calvário, onde sua adoração foi o sofrimento. Considerai a natureza da adoração da Santíssima Virgem; adora Nosso Senhor conforme os seus diversos estados, adaptando sua adoração ao estado de Jesus; mais: o estado de Jesus determina o cará ter
de sua adoração. Maria não permaneceu numa adoração invariável; adorou o Deus aniquilado em seu seio, depois pobre em Belém, trabalhando em Nazaré, e mais tarde evangelizando e convertendo os pecadores; adorou Jesus nos sofrimentos do Calvário, padecendo com Ele; sua adoração acompanhava todos os sentimentos de seu divino Filho, que lhe eram conhecidos e manifestos, e seu amor A fazia entrar em perfeita conformidade de pensamentos e de vida com Ele.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Do Sacramento do Altar - Devota exortação à sagrada comunhão (Parte V)


Eis a fonte do amor, donde resplandece a vossa misericórdia! Que ações de graças vos são devidas por este benefício! Oh! quão salutar e proveitoso foi o vosso desígnio, em instituir este Sacramento! Quão suave e delicioso banquete, em que a vós mesmos vos destes em alimento! Quão admiráveis, Senhor, são vossas obras, quão inefável vossa verdade! Porque dissestes - e tudo se fez, e fez-se aquilo que ordenastes.


Coisa maravilhosa e digna de fé e acima de toda compreensão humana é que vós, Senhor, meu Deus, verdadeiro Deus e homem, estejais todo inteiro debaixo das insignificantes espécies de pão e vinho, e, sem serdes consumido, alimentais aquele que vos recebe. Vós, Senhor do universo, que não precisas de coisa alguma, quisestes morar em nós por vosso Sacramento; conservai meu coração e meu corpo sem mancha, para que com alegre e pura consciência possa muitas vezes celebrar e receber vossos mistérios, para minha eterna salvação, visto que os instituístes e ordenastes principalmente para vossa honra e perpétua lembrança.


Regozija-te, minha alma, e agradece a Deus tão excelente dádiva e singular consolação, que ele te deixou neste vale de lágrimas. Porque todas as vezes que celebrares este mistério e receberes o corpo de Cristo, renovas a obra de tua redenção e te tornas participante de todos os merecimentos de Cristo. Pois a caridade de Cristo nunca se diminui, nem se esgota jamais a grandeza de sua propiciação. Por isso te deves preparar sempre para este ato pela renovação do espírito, e considerar com atenção este grande mistério de salvação. Tão grande, novo e delicioso se te deve afigurar, quando celebras ou ouves Missa, como se Cristo no mesmo dia descesse pela primeira vez ao seio da Virgem e se fizesse homem, ou como se, pendente da cruz, padecesse e morresse pela salvação dos homens.